Questão :
Explicar
com suas palavras o que entende por ler, descrever os fatores que interferem na
leitura e reconhecer estratégias que facilitam a leitura e a interpretação de
um texto.
O tema leitura tem sido amplamente discutido nos
meios acadêmicos, uma vez que no processo de alfabetização precede a
aprendizagem da escrita. Para Brandão e Micheletti (2002, p. 9), o ato de ler:
É
um processo abrangente e complexo; é um processo de compreensão, de intelecção
de mundo que envolve uma característica essencial e singular ao homem: a sua
capacidade simbólica e de interação com o outro pela mediação de palavras. O
ato de ler não pode se caracterizar como uma atividade passiva.
No
entanto, o ato de ler não se restringe apenas às palavras escritas, mas sim a
uma infinidade de possibilidades que vão desde imagens, sons, situações,
sentimentos, antes mesmo de o indivíduo ter contato com a escola. Portanto, a
leitura está ligada às sensações, emoções e a razão, algo que desperta reações.
Os
conceitos de leitura são muitos e variam conforme a perspectiva teórica e seu
campo de atuação. Portanto, para aqueles que consideram a leitura como ato de
decodificar sinais gráficos, ou seja, um ato mecânico, a leitura poderá se
tornar uma prática sem vida e sem alma, mas se em vez disso considerar como leitura
suas experiências e vivências, a leitura se tornará uma prática muito mais
ampla e viva, na qual o pulsar das informações baterá no mesmo ritmo das
emoções.
Assim,
é através desta ação que o indivíduo age no mundo. O leitor é um ser ativo que
dá significado à palavra escrita e não apenas decodifica letra por letra e
palavra por palavra e implica na construção de sentidos antes mesmo da leitura
propriamente dita.
Ler é básico para o progresso na aprendizagem de
qualquer assunto e deste modo, uma ação necessária para o desenvolvimento da
aluno na sua vida, tanto acadêmica quanto no seu dia a dia. A formação de um
leitor competente, segundo os PCN (2001, p. 54), “só pode constituir-se
mediante uma prática constante de leitura de textos de fato, a partir de um
trabalho que deve se organizar em torno da diversidade de textos que circulam
socialmente”.
Para
tanto, a escola deve contar com estratégias de ensino que favoreçam a leitura e
a interpretação desses textos, oferecendo
materiais de qualidade para seus alunos, para torná-los leitores proficientes,
com práticas de leituras eficazes.
Assim, será preciso ter uma boa motivação,
principalmente por parte dos professores na escola, uma vez que muitas vezes este
é o único ambiente onde a criança tem a oportunidade de conviver com recursos e
materiais que envolvem leitura como: livros, revistas, cartazes, panfletos,
jornais e outros meios que podem facilitar e contribuir com o processo de
desenvolvimento da leitura.
No entanto, para desenvolver este processo em sala
de aula, será preciso que o professor tenha consciência da importância que a
leitura trará para o desenvolvimento sócio-cultural de seus alunos, uma vez que
a leitura deve ser também fonte de prazer e lazer.
Para isso deverá ser sugerida e incentivada o mais
cedo possível para o indivíduo por seus pais e familiares através de contos,
histórias, cantigas e brincadeiras que possam contribuir com o desenvolvimento
do processo de construção da mesma. Isto pode acontecer se seus pais e
familiares tiverem o hábito de praticar a leitura em casa e incentivá-las a
praticar este hábito, pois a escola não é o único local de aprendizagem.
O professor também deverá procurar conhecer a
realidade do aluno para partir desta e buscar novas metas que o ajudará a
interpretar de forma organizada os conhecimentos que o aprendiz traz consigo
para a sala de aula. Porém, é partindo dessas iniciativas que o professor
criará situações de ensino, que possa levar o aprendiz a avançar no processo de
construção da escrita e de leitura, intervindo como mediador diante deste
processo.
Uma das maiores dificuldades está no próprio
sistema, quando se pensa que a
alfabetização se dá em etapas e primeiro se ensina as letras e os sons e mais
tarde induz à compreensão do texto, fazendo uma imensa separação entre ler e
dar sentido.
Sabe-se que não é fácil desenvolver um trabalho de
qualidade quando o próprio sistema não oferece condições para que os
professores possam ter uma formação adequada para o exercício de sua profissão,
mas não é impossível. Deve-se primeiramente despertar nos professores o
interesse pela leitura, uma vez que boa parte dos professores não desenvolve
uma prática cotidiana da leitura.
As
atividades de leitura para alunos da primeira fase do ensino fundamental se
propõem a situar o indivíduo no contexto social no qual está inserido, com o
professor entendendo que alfabetizar é levar o educando a entender o que ler,
de maneira que o ato de alfabetização não se resuma a um adestramento as
técnicas mecânicas de leitura.
Logo,
compreende-se que a leitura é uma atividade básica na formação cultural do ser
humano, atende a diversas finalidades, entre elas o senso crítico aguçado e uma
maior percepção das diversas leituras intelectuais e do mundo, permitindo assim
analisar toda e qualquer leitura.
REFERÊNCIAS
BRANDÃO,
Helena H. Nagamine e MICHELETTI, Guaraciaba. Teoria e prática da leitura. In: Coletânea de textos didáticos. Componente
curricular Leitura e elaboração de textos. Curso de Pedagogia em Serviço.
Campina Grande: UEPB, 2002.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. 3.
ed. Brasília: MEC, 2001.
MARTINS, Maria Helena. O que é
Leitura. São Paulo: Brasiliense, 2003. (Coleção primeiros passos; 74).
TEBEROSK, Ana. Debater e opinar estimulam a escrita. Disponível
em: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/debater-opinar-estimulam-leitura-escrita-423497.shtml.
Acesso em 24/04/2015.
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