Pedagogia

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terça-feira, 26 de maio de 2015

Trabalho apresentado por Maria Oneida Dantas de Vasconcelos

Narrativa


Significado de Narrativa


O que é Narrativa:

Narrativa é uma exposição de fatos, uma narração, um conto ou uma história. As notícias de jornal, história em quadrinhos, romances, contos e novelas, são, entre outras, formas de se contar uma história, ou seja, são narrativas.
As narrativas são expressas por diversas linguagens: pela palavra (linguagem verbal: oral e escrita), pela imagem (linguagem visual), pela representação (linguagem teatral) etc.

Elementos da Narrativa

A narrativa é uma seqüência de fatos interligados que ocorrem ao longo de certo tempo e possui elementos básicos na sua composição:
Fato – corresponde à ação que vai ser narrada (o que)
Tempo – em que linha temporal aconteceu o fato (quando)
Lugar – descrição de onde aconteceu o fato (onde)
Personagens – participantes ou observadores da ação (com quem)
Causa – razão pela qual aconteceu o fato (por que)
Modo – de que forma aconteceu o fato (como)
Conseqüência – resultado do desenrolar da ação
A narrativa se desenvolve em torno de um enredo, nome que se dá a seqüência dos fatos. A partir do enredo chega-se ao tema, que é o motivo central do texto. O enredo apresenta situações de conflitos ou ações, que são divididos em quatro partes:
Apresentação – vários elementos como as personagens, cenário, e tempo, são apresentados pelo narrador, para enquadrar o leitor relativamente aos fatos.
Desenvolvimento - aqui o conflito tem origem, havendo o confronto entre os personagens.
Clímax - é o expoente máximo do conflito, existindo uma enorme carga dramática e onde alguns fatos importantes atingem sua maior dramaticidade.
Desfecho – é a parte final da narrativa que revela o resultado do clímax, sendo que o conflito pode ou não ter sido resolvido.
Os personagens de uma narrativa podem ser descritos do ponto de vista físico e psicológico, exercendo diversos papéis:
Protagonista – é o personagem principal de uma narrativa, tem o papel mais importante no desenrolar da ação.
Antagonista - aquele que se opõe ao protagonista, sendo o seu inimigo. Muitas vezes só é revelado como antagonista durante o clímax.
Personagem secundária - apesar de ter um papel menos importante que o protagonista, é também importante para o desenvolvimento da ação.
Figurante - tem como função ajudar a descrever um ambiente ou espaço do qual faz parte. O seu papel não tem influência na ação.
- Tragédia brasileira
Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade.
Conheceu Maria Elvira na Lapa
prostituída com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria.
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado.
Misael não queria escândalo. Podia dar urna surra, um tiro, urna facada. Não fez nada disso: mudou de casa.
Viveram três anos assim.
Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa.
Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos...
Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e inteligência , matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontra-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul.
Manuel Bandeira
Análise:
O quê? Romance conturbado, que resulta em crime passional.
Quem? Misael e Maria Elvira.
Como? O envolvimento inconsequente de um homem de 63 anos com uma prostituta.
Onde? Lapa, Estácio, Rocha, Catete e vários outros lugares.
Quando? Duração do relacionamento: três anos.
Por quê? Promiscuidade de Maria Elvira.
Quanto à estruturação narrativa convencional, acompanhe a sequência de ações que compõem o enredo:
Exposição: a união de Misael, 63 anos, funcionário público, a Maria Elvira, prostituta;
Complicação: a infidelidade de Maria Elvira obriga Misael a buscar nova moradia para o casal;
Clímax: as sucessivas mudanças de residência, provocadas pelo comportamento desregrado de Maria Elvira, acarretam o descontrole emocional de Misael;
Desfecho: a polícia encontra Maria Elvira assassinada com seis tiros.

Exemplos de Narrativa:

I - Além do espelho, lembranças
Um dia, quando encerrava meu trabalho, fixei a atenção em um simples objeto da minha sala. Caminhei, paulatinamente, ao seu encontro e, à medida que me aproximava, sentia meu ego explodir em sensações indescritíveis.
Ali, diante dele, parei. Meu reflexo testemunhava as marcas do passado e trazia, à tona, as lembranças da infância e da adolescência. As imagens, agora, misturavam-se, comprometendo minha lucidez. Senti meu corpo flutuar e minha visão apagar-se, de forma que eu me concentrava em recordações, apenas.
Assim, momentos depois, revia meus irmãos e vizinhos correndo em volta da mesa, mamãe fazendo o jantar, papai lendo o jornal, os cães brincando no jardim e, também, meus amigos de colégio, antigos casos amorosos.
Recuperei o bom senso, por um instante, mas não durou mais que isso, pois, novamente, brotam outros pensamentos: o nascimento dos filhos e a ascensão profissional.
Minutos depois, tudo acabara. Diante de mim havia só um espelho, cujo reflexo já não era de um cenário fantasioso de minha mente.
Luana Stephanie de Medeiros
Análise: A narrativa faz uma reflexão sobre a necessidade de parar um pouco e analisar as coisas boas que aconteceram no passado, sendo importante notar que as boas lembranças do passado nos trazem uma paz enorme e nos dá força para seguir os momentos mais árduos do dia a dia. A narrativa se passa no local de trabalho – na sala de trabalho do narrador.
II - Uma lição de vida
Lembro-me de uma manhã em que descobri um casulo na casca de uma árvore, no momento em que a borboleta rompia o invólucro e se preparava para sair. Esperei algum tempo, mas estava demorando muito e eu tinha pressa.
Irritado e impaciente, curvei-me e comecei a esquentá-lo com o meu hálito. E o milagre começou a acontecer diante de mim num ritmo mais rápido que o natural. O invólucro se abriu e a borboleta saiu, arrastando-se. Nunca hei de esquecer o horror que senti: suas asas ainda não estavam abertas e todo o seu corpinho tremia, no esforço para desdobrá-las.
Curvado por cima dela, eu a ajudava com o meu hálito. Em vão. Era necessária urna paciente manutenção e o desenrolar das asas devia ser feito lentamente ao sol. Agora era tarde demais. Meu sopro obrigava a borboleta a se mostrar, antes do tempo, toda amarrotada. Ela se agitou desesperada e, algum segundo depois morreu na palma de minha mão.
Acho que aquele pequeno cadáver é o peso maior que tenho na consciência. Hoje, entendo bem isso: é um pecado mortal forçar as grandes leis.
Não devemos nos apressar, nem ficar impacientes, mas seguir confiantes o ritmo eterno.
Nikos Kazantzakis

Análise:  
   

Esse exemplo de narrativa nos mostra a importância de saber esperar o momento exato das coisas, pois a pressa só atrapalha.  “Não devemos nos apressar, nem ficar impacientes, mas seguir confiantes o ritmo eterno.”

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